El tango en Broadway
1934

Sinopse: Alberto Bazán é um bon-vivant argentino em Nova York. Ao receber a visita de um tio conservador e avarento de Buenos Aires, ele é obrigado a fingir que leva uma vida regrada.
Carlos Gardel estreou no cinema em 1917, com o filme mudo Flor de durazno, mas sua carreira nas telas só começou para valer a partir de 1930, quando ele gravou uma série de curtas-metragens baseados na interpretação de canções.
No ano seguinte, após uma turnê na França, o Morocho del Abasto procurou a americana Paramount, que tinha um estúdio em Joinville-le-Pont, nos arredores de Paris. De 1931 a 1933, ele atuou em quatro filmes (três longas e um curta), cujo sucesso o consolidou como um astro internacional. No entanto, os problemas financeiros do estúdio o fizeram regressar à Argentina.
Entre o final de 1933 e o início de 1934, o cantor fez várias apresentações bem-sucedidas na rádio NBC, em Nova York. Em março, aproveitou a viagem para firmar um novo acordo com a Paramount, que criou uma subsidiária chamada Éxito Productions (da qual ele era o único acionista) e deu origem a mais quatro filmes, dessa vez produzidos nos estúdios Astoria (atualmente Kaufman Astoria).
O tango na Broadway foi o segundo desses filmes. Assim como os demais, embora feito nos Estados Unidos, é voltado para o público latino e falado em espanhol. Além de Gardel, o elenco principal traz os espanhóis Trini Ramos e Jaime Devesa e a guatemalteca Blanca Vischer. Também marcou a estreia do americano Dan Duryea, em um papel quase figurativo.

Trata-se de uma comédia musical típica, em que o enredo é quase um pretexto para encaixar as músicas, mas tem momentos divertidos, aliando situações farsescas com o romantismo dramático próprio do tango e da arte latina em geral.
Gardel é Alberto Bazán, um argentino que tem uma agência teatral na Big Apple e vive na gandaia, para desespero de sua namorada (a oficial), a dançarina Celia (Ramos). Quando seu tio Indalesio (Devesa), um senhor moralista e severo, aparece de surpresa vindo de Buenos Aires, ele é pego de calças curtas.
Além de careta, o velho é um tremendo mão de vaca. Assim que chega à agência, ele começa a implicar com o gerente quando este diz que ganha 100 dólares por semana. Para despistá-lo, Alberto pede a Celia que se finja de secretária. Ela tenta angariar sua confiança se mostrando tão econômica quanto ele, dizendo que, para se abanar no calor, balança a cabeça e deixa o leque parado, para não gastá-lo.
Invertendo os papéis, a verdadeira secretária, Laurita (Vischer), veladamente apaixonada pelo chefe, resolve entrar na brincadeira e se passar por namorada.

Os três jovens logo suspeitam de que a disciplina do tio não é tão firme quanto parece. Então decidem levá-lo ao cabaré em que Celia trabalha, onde ela se põe a seduzi-lo. Sem perceber que são a mesma pessoa, Indalesio se encanta e começa a paquerar a “secretária” e a dançarina ao mesmo tempo – uma de dia, a outra de noite. A confusão está armada.
Um ponto negativo do filme é uma piadinha racista feita por Alberto. Quando uma dupla de artistas cômicos – um branco e um negro – aparece na agência em busca de uma oportunidade, ele manda os dois voltarem quando o segundo embranquecer.
Gardel reforça a imagem glamourosa que o tornou um mito popular: um clássico amante latino, simultaneamente cafajeste e romântico, dotado de talento artístico e que vive como quer, rodeado de belas mulheres, com um carrão e uma intensa vida social.
O Zorzal Criollo interpreta quatro composições suas com letra de Alfredo Le Pera, que também escreveu o roteiro do filme: “Rubias de New York”, “Golondrinas”, “Soledad” e “Caminito soleado”.
Outras duas canções, “Chinita” e “Qué me importa”, são cantadas por Agustín Cornejo.
O tango na Broadway estreou em Nova York em 28 de dezembro de 1934 e foi o último filme lançado em vida por Gardel, que morreu em 24 de junho do ano seguinte no fatídico acidente do aeroporto de Medellín.
Seus dois últimos trabalhos na Paramount, No dia que me queiras (El día que me quieras) e Tango Bar, estrearam ao mesmo tempo onze dias após a tragédia, em 5 de julho, respectivamente em Havana e Nova York.
Ficha técnica: Diretor: Louis Gasnier Elenco: Carlos Gardel, Trini Ramos, Blanca Vischer, Vicente Padula, Jaime Devesa, Susanne Dulier, Manuel Peluffo, Don Alberto, Agustín Cornejo e Carlos Spaventa Roteiro: Alfredo Le Pera Fotografia: William Miller Música: Carlos Gardel e Alfredo Le Pera Direção musical: Alberto Castellanos Estúdio: Paramount Pictures País: EUA www.imdb.com/title/tt0025861






